O Congresso Nacional aprovou o orçamento para 2024, destinando recursos significativos para emendas parlamentares e o fundo eleitoral.
O recente relatório aprovado designou aproximadamente R$53 bilhões para emendas parlamentares, R$4,9 bilhões para o fundo eleitoral e contemplou um corte de cerca de R$ 7 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Esses números impressionantes surgem em um contexto atípico, marcado por eleições municipais e potenciais fontes de arrecadação governamental. A meta de déficit zero estabelecida pelo governo federal foi mantida, prevendo despesas de R$5,5 trilhões, com a maior parte destinada ao refinanciamento da dívida pública.
Ao analisar o desenho do orçamento 2024, surge a necessidade de considerar políticas que possam ser aplicadas. Durante uma live, Tucci, sócio e responsável por risco e alocação na KAT Investimentos, questionou: "O gasto excessivo pode representar um risco para o Banco Central durante o ciclo de corte de juros?"
Luiz Zordan, superintendente de investimentos do Safra, observou que a ausência de medidas de contenção de gastos pode levar o mercado a perceber uma condição de risco. Essa situação levanta dúvidas sobre a relação entre a trajetória da dívida pública e o potencial impacto nos ativos de forma geral.
Existem três fatores-chave que interferem na precificação dos ativos:
Trajetória da taxa de juros nos Estados Unidos: A ascensão dos juros nos EUA tem repercussões globais, afetando o câmbio, os preços das ações e os volumes de investimento. Aumentos nas taxas de juros incentivam investimentos em títulos do Tesouro americano, considerados mais seguros.
Eleições americanas: A valorização do dólar em relação ao real influencia a renda fixa no Brasil, afetando a inflação e potencialmente exigindo ajustes na política monetária pelo Banco Central.
Risco associado à China e desaceleração econômica: A desaceleração persistente da economia chinesa afeta os investidores, especialmente diante das medidas de outros grandes mercados para controlar a inflação.
Por que a taxa de juros é um tema tão crucial?
A taxa de juros influencia diretamente os investimentos, especialmente na renda fixa. Investimentos indiretos também são afetados pela taxa Selic ou CDI, refletindo sua influência na economia em geral.
Zordan enfatiza que a diversificação de investimentos é essencial para mitigar riscos. Distribuir recursos entre diferentes classes de ativos, setores e regiões geográficas ajuda a proteger o portfólio contra volatilidades do mercado e eventos específicos.
Além disso, investimentos internacionais em fundos de tecnologia podem oferecer oportunidades de renda fixa em um ambiente dinâmico. Empresas de tecnologias podem proporcionar retornos consistentes ao longo do tempo.
Em conclusão, adotar medidas de proteção e buscar crescimento equilibrado são estratégias-chave para os investidores. A diversificação, aliada à ambição de crescimento, oferece estabilidade e oportunidades de ganho a longo prazo.
"Para dinheiro de longo prazo, existe produto de longo prazo, e para dinheiro de curto prazo, existe produto de curto prazo", sugere Luiz Zordan.
Num cenário econômico em constante transformação, a integração desses princípios complementares proporciona uma base sólida para a construção de portfólios financeiros resilientes e propícios ao crescimento sustentável.
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